29/1/2009
Carne sofre maior retração entre os preços agropecuários em SP

De acordo com o IEA, redução é reflexo da crise financeira mundial; maior baixa foi a da carne suína: 13%


A crise internacional também atinge o mercado de carnes no Brasil. O setor tem amargado consecutivos recuos de preços nos últimos meses.
O IqPR (Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Agropecuários de São Paulo), pesquisado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), voltou a registrar variação negativa de 1,4% na segunda quadrissemana de janeiro.
Os alimentos de origem animal apresentaram a principal queda: 4,63%. A maior baixa foi a da carne suína (13,01%), seguida por carne bovina (5,56%), carne de frango (4,03%), ovos (1,58%), leite C (1,36%) e leite B (0,99%).
Segundo o pesquisador científico do IEA, Eder Pinatti, essa diminuição nos preços das carnes foi gerada pela crise financeira mundial. “Como houve retração das exportações, os frigoríficos reduziram a compra de gado”, explica. Já os suínos, normalmente vendidos a um preço inferior, estavam apresentando alta nos preços nos últimos tempos. “Com a pressão do comércio varejista e a diminuição das exportações, o preço caiu”, conta Pinatti.
O pesquisador acredita que a variação nos preços, principalmente da carne bovina, deve continuar nos próximos meses, devido à instabilidade do mercado perante a crise. “As indústrias usaram a crise como fator para pressionar a queda e como os mercados estão incertos e inseguros, eles já estão se precavendo para momentos piores”, opina.
Ao contrário de previsões anteriores, de que a queda tivesse sido causada por uma mudança de hábito dos consumidores, Pinatti afirma que o consumo se mantém estável. A única alteração, segundo ele, foi o aumento da procura por cortes de primeira, já que a carne de segunda aumentou um pouco mais nos últimos tempos.

Fonte: Campo News

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