28/10/2008
Qual foi o aprendizado com a Rodada de Doha?

Iniciada em 2001, a Agenda Doha de Desenvolvimento foi uma ampla negociação entre 140 países, cujos objetivos principais eram derrubar barreiras comercias, reduzir tarifas e subsídios e incentivar a abertura dos mercados agrícolas e não agrícolas. A partir daí, várias reuniões ocorreram, contudo, o sucesso não foi total e as negociações ponderaram entre ganhos e perdas.

Para Dante Scolari, engenheiro agrônomo e colunista do Portal Agrolink, “o início Doha foi uma agenda muito ambiciosa e complexa que, tentando harmonizar um trabalho em andamento desde a época do GATT, seguiu o princípio do compromisso único (single undertaking), na qual todas as negociações se inter-relacionam e com um tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento e países menos desenvolvidos. Mas ao longo das negociações a falta de entendimento foi uma constante e no final a discórdia foi geral”.

Partindo desse cenário, o colunista aponta algumas conseqüências práticas desse fracasso. Segundo ele, para o Brasil restou a independência entre relações comerciais e relações políticas e estratégicas. “A economia real descolou da política externa do governo, aumentou as vendas e ganhou novos mercados”, explica.

Com base nesses sete anos de negociações resta um questionamento: Será que é realmente possível fazer um acordo multilateral entre mais de 150 países, com interesses tão divergentes? Segundo Scolari, “há uma regra básica conhecida de qualquer negociante: não colocar todos os ovos numa mesma cesta”. O colunista acrescenta que essa regra é muito valida no caso de Doha, pois falta credibilidade no sistema multilateral de comércio. “A conquista de novos mercados pode e deve ser buscada via negociações bilaterais e em vários fóruns, caso a caso, produto a produto, serviço a serviço”, diz.

Veja aqui o que Dante Scolari fala sobre a Rodada de Doha e que o mundo aprendeu com as negociações.



Fonte: Agrolink

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