4/6/2008
Paraná deve exportar carne bovina em três meses

O Paraná deve retomar as exportações de carne bovina dentro de três meses. A previsão é do Sindicato da Indústria de Carne (Sindicarnes-PR), depois que o estado recuperou, no dia 26 de maio, o status de zona livre de febre aftosa. Para a entidade, na prática, a certificação internacional não atinge as economias dos grupos exportadores imediatamente, mas recupera contatos estrangeiros. Já as vendas para a União Européia espera-se que sejam retomadas dentro de um ano, pois o bloco está paulatinamente autorizando fazendas a exportarem segundo critérios próprios. Até o momento nenhuma propriedade paranaense está credenciada. No âmbito nacional, a reconquista do mercado de carne com osso de Santa Catarina é a principal vantagem.

Dos 18,7 mil toneladas de carne bovina produzidas por mês pelos frigoríficos locais, a metade fica no Paraná e o restante destina-se ao mercado interestadual e externo. Santa Catarina, antes do embargo, consumia ao mês cerca de 7% desta parcela e gerava R$ 4 milhões aos cofres públicos. A sobra era partilhada por São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O mercado internacional abocanha 6% da fatia e deve aumentar. ‘‘Com a abertura da fronteira, o objetivo é exportar 15% da produção dentro de dois ou três anos e diminuir a ociosidade dos frigoríficos de 30% para 20% em um ano’’, afirma o presidente da Sindicarnes, Péricles Salazar.

A certificação facilitou as conversas com a Rússia referente a compra de carne suína e frigoríficos já começaram a ser habilitados. O país começa a receber em breve os lotes de carne bovina comprados após a queda do embargo de três anos ocorrido em abril.

Fiscalização

A Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Defis/Seab) já trabalha para intensificar a fiscalização no trânsito de animais para previnir entrada da febre aftosa no Estado. Um aditivo ao convênio já firmado com o Ministério da Agricultura prevê o fornecimento de equipamentos computadorizados modernos e veículos. O objetivo é tornar o sistema mais eficiente. Dezessete veterinários deverão ser chamados no segundo semestre para completar o efetivo nas unidades que inspecionam as condições dos animais transportados, em especial os que entram no Estado. O chefe do órgão, Marco Antônio Teixeira Pinto, aponta os preços mais em conta do boi na fronteira como um grande facilitador da entrada de animais doentes no País.

O Paraná já abriu conversas com Paraguai e Argentina e conseguiu o compromisso de cooperação mútua quanto à fiscalização e campanhas de conscientização dos pecuaristas. ‘‘Os serviços estarão a partir de agora mais integrados e os governos pretendem a erradicação da doença. Somente o tripé consciência na compra de animais sadios, vacinação de rebanho e controle de trânsito resolverão o problema’’, avalia Pinto. O Estado encerrou a campanha de vacinação contra a febre aftosa e, pelos primeiros levantamentos do Departamento de Fiscalização, 70% do rebanho de 9,5 milhões de cabeças foram vacinados. A expectativa é atingir os números do ano passado em que 98,5% do gado foi imunizado.

O Paraná deixou de exportar 60 mil toneladas de carne bovina entre os anos de 2006 e 2007. Os prejuízos foram estimados em cerca de US$ 300 milhões neste período. Na época, a suspeita da doença provocou o abate de cerca de 7 mil cabeças de gado. Dia 26 de maio, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), decretou novamente o Paraná como área livre de febre aftosa com vacinação


Fonte: Folha de Londrina

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