23/5/2016 Abiec critica negociações Mercosul/UE
Entidade se diz decepcionada por ofertas não envolverem cotas de acesso de carne bovina ao bloco europeu
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) divulgou nota criticando as negociações de acesso de bens e serviços entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo a entidade, “é decepcionante o fato de que nenhum quantitativo de cotas de acesso para a carne bovina ter sido oferecido pelo lado europeu nesta troca”
A publicação ainda reforça que o Mercosul tem sido o principal fornecedor de proteína ao mercado europeu nas últimas décadas, alcançando as mais altas exigências de sanidade e rastreabilidade.
Por fim, a entidade afirma confiar nos representantes brasileiros e reforça que a inclusão da carne bovina no acordo é imprescindível.
Confira nota na íntegra:
Posicionamento – Acordo União Europeia e Mercosul
No último dia 11 de Maio, União Europeia e Mercosul trocaram ofertas de acesso de bens e serviços a seus respectivos mercados, com objetivo de avançar a negociação para um Acordo de Livre Comércio.
Embora a carne bovina continue na pauta, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) considera decepcionante o fato de que nenhum quantitativo de cotas de acesso a este produto ter sido oferecido pelo lado europeu nesta troca de ofertas.
O Mercosul, e notadamente o Brasil, tem sido o grande fornecedor de carne bovina para o mercado consumidor europeu, nas últimas décadas, atendendo a todas as suas altas exigências de sanidade e rastreabilidade. Mesmo assim, o Brasil viu, desde 2008, o volume de suas exportações de carne bovina com destino à União Europeia cair consideravelmente, em virtude de barreiras tecnicamente injustificáveis.
Os argumentos dos que atacam o acordo de livre comércio e pressionam pela retirada da carne bovina de pauta são improcedentes e irresponsáveis. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo – atualmente exporta para 136 países e atende a todas as altas exigências sanitárias requeridas pela Europa. Os produtores brasileiros seguem uma legislação ambiental significativamente mais rigorosa do que a vigente em qualquer estado-membro da União Europeia.
As importações de carne bovina do Mercosul representam apenas 2% do total consumido na União Europeia. O comércio internacional complementa a produção interna do bloco, ajudando a equilibrar oferta e demanda e trazendo segurança à própria indústria europeia de alimentos.
As restrições ao comércio penalizam unicamente os mais de 500 milhões de consumidores europeus que podem ver a carne bovina se tornar um produto cada vez mais caro e raro em seus lares. E o declínio do consumo pode ser o revés do lobby que hoje argumenta contra a abertura do mercado.
A Abiec deposita sua confiança na diplomacia brasileira, que traz um histórico de grandes conquistas para o setor. Mas considera que a inclusão da carne bovina no acordo é imprescindível, visto o papel central do produto na pauta de exportações dos quatro países do Mercosul. A Associação pede que os negociadores envolvidos e a indústria europeia reflitam sobre as verdadeiras consequências de não incluírem a carne bovina no possível acordo.
Fonte: Abiec
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