20/8/2014 Indios cobram pedágio de R$ 100 em Rondônia
Cerca de 200 índios da etnia Enawenê-nawê fecharam a BR 174, entre os municípios de Vilhena (RO) e Comodoro (MT), e estão cobrando pedágio de R$ 100 para carros, caminhões e ônibus, desde o último
domingo (17). Os indígenas reivindicam a construção de uma ponte na estrada que dá acesso às aldeias, cascalhamento da via, além de melhorias na qualidade de vida dos índios da região. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está em negociação com o grupo para liberar a rodovia.
Os indígenas estão concentrados nos dois lados da pista. No local, foram colocados pedaços de madeira para impedir a passagem dos motoristas que não pagarem o pedágio. Para veículos como carros e caminhões, o grupo está cobrando a quantia de R$ 100. Já para os motociclistas, o valor do pedágio é de R$ 50. De acordo Timia Enawenê, representante da aldeia, o bloqueio segue por tempo indeterminado, até que as reivindicações sejam atendidas.
“Está faltando medicamento e material de costura. Temos crianças doentes lá. Nós queremos que olhem
para nossa aldeia”, reclama Timia, explicando que o bloqueio da rodovia federal está sendo acompanhado por representantes de 27 aldeias das cidades de Juína (MT), Comodoro (MT) e Sapezal (MT).
Os caminhoneiros criticam a suposta falta de ação da Polícia Rodoviária Federal, que, segundo eles, não está acompanhando a cobrança indevida. “A gente passa dias viajando e chega num lugar para ter que pagar R$ 100 para concluir o trabalho. Se não pagar, temos que dar meia volta”, relata Elias Abranches, que vinha de Cuiabá para fazer uma entrega na cidade de Vilhena e passou pelo bloqueio na noite de domingo.
Um agente do posto da PRF na divisa com Mato Grosso informou ao G1 que o inspetor da unidade está no município de Comodoro (MT), onde deve participar de uma reunião ainda nesta segunda (18) com representantes indígenas para negociar a liberação da rodovia.
Já a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Vilhena disse que as tratativas com a etnia Enawenê-nawê são de responsabilidade da unidade do órgão em Juína (MT). O G1 entrou em contato com a Funai do município, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Fonte: Globo.com
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