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6/2/2014
Carne tem alta de até 30% na Argentina

O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, insiste que a desvalorização sofrida pelo peso mês passado (o dólar oficial subiu de 6,72 pesos para 8,015) não deveria provocar uma disparada dos preços, mas a realidade do país o desmente: nos últimos dias, a carne, alimento essencial para os argentinos, encareceu até 30%, segundo associações de defesa dos consumidores. Os reajustes são cada vez mais frequentes, apesar dos acordos voluntários de congelamento selados entre a Casa Rosada e vários setores, inclusive dez grandes redes de supermercados. Também já há escassez de produtos como açúcar, óleo, farinha e iogurtes, entre outros.
- O problema é que a expectativa de inflação é muito alta e todos querem se proteger - diz Fernando Blanco
Muiño, presidente da União de Consumidores Argentinos (UCA). Para ele, há muitas incertezas e os atores econômicos ainda estão desnorteados:
- Imagine que a Lei de Orçamento, aprovada em dezembro, previa um dólar abaixo de sete pesos até o fim de 2014...
A presidente Cristina Kirchner acusou setores empresariais de mentirem aos argentinos e pediu a colaboração da população para controlar o cumprimento dos acordos de preços. Em discurso em rede nacional, ela anunciou um aumento anual de 27,35% para os aposentados.
- É hora de que todos os setores assumam a responsabilidade que temos para que as coisas continuem funcionando. Uma presidente sozinha não consegue - disse.
Enquanto tenta segurar a inflação e manter o dólar oficial em torno dos 8 pesos (ontem fechou a 8,015), a sangria de reservas do Banco Central (BCRA) continua: em janeiro passado, a instituição perdeu US$ 2,7 bilhões e o total de reservas está em torno de US$ 28 bilhões. Desde o início das restrições no mercado cambial, em outubro de 2011, o BCRA perdeu US$ 16,9 bilhões. Só em 2013, a queda foi de US$ 12,6 bilhões.



Fonte: jornal O Globo

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