31/10/2013 Agro chegou ao cerrado para manter Amazônia
Ex-ministro da Agricultura durante o período militar no Brasil, Luís Fernando Cirne Lima revela que um dos fatores que levou o governo a investir na expansão da agricultura no Centro-Oeste foi o medo de perder a Amazônia. Ele concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Luís Henrique Vieira, correspondente do Portal Agriculture.com no Brasil.
“Herman Kahn, do Hudson Institute, baseado em Nova York, estava defendendo uma forma de
internacionalização da Amazônia porque ele acreditava que outros países deveriam se envolver em preservá-la. Militares e diplomatas reagiram fortemente à ideia e isso contribuiu para uma marcha lenta ao Oeste. Bem mais tarde, nos anos 90, mais fronteiras agrícolas foram abertas no Piauí, no oeste da Bahia e no Maranhão”, revelou ele.
Quando Cirne Lima assumiu a Agricultura (1969), o Brasil não figurava entre as 20 maiores economias do mundo, e não mais produzia mais de um milhão de toneladas de soja. “Entre 1971 e 1972, eu estabeleci dois pilares. Manter as culturas que já eram fortes e crescer muito mais o plantio de grãos e outras culturas.
Eu via que a perspectiva era enorme para os grãos. A soja era o que tinha a maior perspectiva”, relembra.
“Para pensar na expansão da agricultura brasileira, nós tínhamos que pensar em uma expansão de área em direção ao interior. Eu sempre pensei que devíamos ocupar mais o oeste. E existia o cerrado que não era usado para nada. O primeiro passo dado foi que precisávamos desenvolver a tecnologia para cultivar culturas no cerrado para expandir a área agrícola de forma significativa. Nós criamos a Embrapa para fazer isso”, conta Cirne Lima.
Fonte: informações do Agrolink
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