9/8/2013 Alta da reposição prejudica confinamento
O aumento no preço do boi magro é o principal fator da cautela dos produtores em relação ao confinamento em Mato Grosso do Sul. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando o que mais onerava este sistema era o elevado valor do milho e da soja - principais componentes da ração bovina - atualmente a reposição de animais tem pesado mais na balança produtiva.
De acordo com Informativo Casa Rural, elaborado pela Unidade Técnica da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), o valor do boi magro subiu consideravelmente nos últimos anos, saindo de R$ 1.099,6 a cabeça em 2012 para R$ 1.175,3 em 2013, demonstrando alta de 6,9%. Em comparação a 2011, quando o produtor pagava R$ 1.050 pelo animal desta categoria, observa-se a valorização de 12%. Em Mato Grosso do Sul, o confinamento é formado em grande parte por animais da raça Nelore.
Entre janeiro e julho de 2013 o preço à vista do bezerro apresentou média de R$ 761,9 a cabeça, 8,8% a mais que a cotação anotada no mesmo período do ano passado, quando era pago pelo animal de reposição R$ 700 a unidade. O valor é 4,4% superior ao resultado de 2011, considerando a média de R$ 729,6 a cabeça obtida no período. Por sua vez, o volume de abate de fêmeas vem declinando no Estado, totalizando 137 mil cabeças em junho deste ano, 13,3% a menos que em maio, quando 156,4 mil cabeças de vacas foram abatidas e 12,9% abaixo das 157,8 mil vacas abatidas em junho de 2012.
Para a assessora técnica do Sistema Famasul, Adriana, Mascarenhas, o aumento no preço do bezerro está diretamente associado ao elevado abate de fêmeas nos anos anteriores. "A decisão de abater uma fêmea tem ligação direta com o valor do bezerro. Quando o mercado está indicando queda de preços para este animal a tendência é de crescimento no abate de fêmeas e consequentemente redução na produção futura, o que irá comprometer a oferta de boi gordo nos anos posteriores", esclarece Adriana.
Entre julho de 2012 e julho de 2013, o preço do milho caiu 23,6%, saindo de R$ 22,3 a saca para R$ 17 a saca, uma diferença de cinco reais em cada saca negociada nos últimos doze meses.
Na mesma comparação, a arroba do boi gordo subiu 12,7%, saindo de R$ 85,3 arroba em julho de 2012 para R$ 96,1
em julho de 2013. Para Adriana, agosto tende a ser um novo mês de valorização nos preços do boi gordo. "Em agosto
de 2012, o informativo da Famasul previa que em 2013, mesmo com o crescimento no abate de fêmeas, o setor teria
trajetória positiva no valor da arroba do boi gordo, ocasionada pelo comportamento da demanda. A tendência se
comprovou e em agosto teremos novas valorizações", considerou Adriana.
Fonte: Famasul
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