5/8/2013 Empresa do JBS quer mais dinheiro do BNDES
Nove meses depois de entrar em operação, a Eldorado Brasil Celulose está acelerando seu plano de crescimento.
Dona da maior linha única de produção de celulose de eucalipto do mundo, a companhia controlada pela J&F Investimentos trabalha neste momento no projeto de engenharia da segunda unidade produtiva em Três Lagoas (MS), com investimentos que vão superar a casa de US$ 3 bilhões nos próximos três ou quatro anos.
O Valor apurou que a Eldorado apresentou carta-consulta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com vistas a financiar parte do empreendimento. Recursos adicionais serão levantados via aumento de capital, em operação prevista para a primeira metade de 2014.
Uma das novidades do projeto deve ficar por conta de sua dimensão. Os estudos em curso consideram uma nova linha
única com capacidade para 2 milhões de toneladas da fibra, ou 500 mil toneladas a mais do que o previsto
originalmente e do que pode produzir a sua recém-inaugurada unidade. A ideia de ampliar o escopo inicial teria agradado o principal acionista, a J&F, dona da JBS e que pertence à família Batista. Os fundos de pensão Petros e Funcef completam o quadro acionário.
O presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich, confirmou ao que a companhia já iniciou os procedimentos para
financiamento junto ao BNDES e que a segunda linha poderá ser maior do que o inicialmente projetado. "Esse é um projeto de mais de US$ 3 bilhões", disse o executivo, acrescentando que o foco, neste momento, é verificar a viabilidade de uma linha de 2 milhões de toneladas por ano.
"Com isso, chegaríamos com capacidade de 3,7 milhões de toneladas por ano em 2017, o que nos coloca na posição de maior complexo produtivo mundial de celulose", enfatizou. Segundo uma fonte do setor, o desejo de instalar uma linha dessa magnitude surgiu após a notícia de que a Asia Pulp & Paper (APP) obteve aprovação para investir em uma fábrica desse porte na ilha de Sumatra. "Isso indica que há tecnologia disponível e a Eldorado quer ter esse papel de estar à frente", afirmou a fonte.
Conforme essa fonte, a previsão de início de operação da nova fábrica está mantida para o fim de 2016 ou início de 2017, em razão do prazo necessário ao plantio das florestas que abastecerão a linha. Desde novembro, a Eldorado opera uma fábrica de 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose de eucalipto que, em 2014, será ampliada por meio de pequenas melhorias. No momento da parada programada para manutenção, a Eldorado planeja aportar entre US$ 60 milhões e US$ 80 milhões para elevar a capacidade em 15%, para 1,7 milhão de toneladas anuais.
Desde seu lançamento, a Eldorado vem reiterando os planos de chegar a 2020 com capacidade total instalada de 5 milhões de toneladas anuais. Com a implantação de mais duas linhas, originalmente de 1,5 milhão de toneladas/ano cada uma, em 2017 e 2020, a Eldorado atingiria esse volume.
Sobre o aumento de capital, Grubisich afirmou que haverá operação "na primeira parte do próximo ano, para acomodar o projeto de crescimento", porém ainda não há definição quanto ao formato - uma oferta pública inicial de ações não está descartada, bem como uma colocação privada. "Acelerar o plano de crescimento indica que os acionistas estão satisfeitos com o resultado da operação", afirmou o executivo. "Em julho, a produção superou 95% da capacidade instalada com qualidade de exportação."
No segundo trimestre, a média mensal de vendas da Eldorado ficou em 120 mil toneladas. Em julho, esse volume alcançou 130 mil toneladas. Em linhas gerais, contou o executivo, a fábrica "operou bem em termos de custo de produção", que não são revelados, com redução do consumo de madeira e de químicos. Em relação à operação florestal, a Eldorado pode chegar a dezembro com mais de 160 mil hectares de florestas próprias plantadas. Para 2013, a meta é plantar 50 mil hectares e, até julho, o plantio já havia atingido 31 mil hectares. "Nesse ritmo, podemos superar a meta do ano", disse Grubisich.
Fonte: informações do Valor
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